.
O país pode novamente respirar e dormir em paz: acabou a campanha mais fumarenta de todas as eleições, neste país à beira-mar plantado.
Ricos e pobres, simples e snobs, gordos e magros, novos e velhos, muito novos e muito velhos, participaram nas últimas semanas no maior bacanal gastronómico que alguma vez assolou o país de norte a sul.
Depois de maratonas de discursos que deixaram os oradores verdes de esperança e de cassete de promessas gastas, é tempo de parar.
Acabaram os carros de som com música pimba a encher de poluição sonora as ruas da nossa miséria.
Acabaram as vozes desafinadas de locutores esganiçados a implorar o voto para a candidatura mais sincera, mais leal, mais amiga, mais competente, honesta, humilde, franca, que concorre aos poleiros de cada burgo deste paraíso.
Hoje, mais do reflectir, é tempo de começar as digestões difíceis.
Os participantes das campanhas que, desde a sua aberturam, participaram numa refeição única, devem agora hibernar afim de que a digestão de processe o mais normalmente possivel.
Como cuidados especiais devem abster-se de ingerir mais cerveja e outras bebidas alcoólicas durante os próximos 4 anos, assim como não tomar banho durante as próximas 3 semanas até que a digestão esteja concluída.
Como medida de precaução os pais devem avisar as criancinhas da onda de arrotos ruidosos que ainda se deve fazer ouvir em Portugal nos próximos dias.
Espera-se, enfim, que tudo volte à normalidade, menos o movimento dos Centros de Saúde, dos Laboratórios de Análises Clínicas e das Farmácias, devido ao controlo dos valores do sangue depois de tantos e desmedidos exageros.
Portugal é assim, não sabe fazer nada melhor do que comer e papaguear.
Os portugueses à volta da fogueira...
.